Genivaldo: A Prefeitura beneficiava quem tinha mais

A4 - Qual foi a ação que fez o senhor ganhar o prêmio de destaque administrativo?
Genivaldo Delgado - Tenho certeza que foram os investimentos na área social, na saúde, na educação. Nós temos um município que tem o pior IDEB do Brasil e nós tínhamos a saúde numa situação muito delicada. Conseguimos avançar bastante e significativamente na organização das políticas sociais com projetos que nós criamos. E também num ano de crise, nós conseguimos manter as contas da Prefeitura em dias. Tudo isso levou com que a gente ganhasse esse prêmio.

A4 - Águas Belas está entre as cinco cidades com os mais baixos IDH’s do estado.
O senhor acredita que pode mudar este fato e a má fama do município?

GD - Eu tenho certeza. A gente está lutando para isso, porque o que mexe o IDH são as questões da renda, indicadores da educação, índices de desempregos e mortalidade infantil, e tudo isso faz com que eleve o IDH. Como estamos fazendo um trabalho muito forte, acredito que vamos melhorar o IDH, se Deus quiser.

A4 - Quais são os projetos para reverter essa situação?
GD - Temos o “Mãe Coruja” em parceria com o Governo do Estado; estamos lançando o “Mais Alimento, Mais Vida” após um mapeamento que a gente fez, identificando as famílias desnutridas para fazer um trabalho de acompanhamento, levando alimentos a essas pessoas preparados por nutricionistas. Estes programas são importantes no combate à mortalidade e também no combate à desnutrição, que existe em crianças, pessoas adultas, gestantes e idosos.

A4 - Sendo coligado a Eduardo Campos e a Lula, as melhorias se tornam mais fáceis?
GD - Faz com que a gente possa alocar mais recursos essas parcerias, apesar de que o Governo Lula tem feito um trabalho sem ser diferenciado para quem é do PT, ou do DEM ou PSDB. Mas a gente tem buscado parcerias e tem feito articulações muito fortes com os ministérios, as secretarias do Governo do Estado e nós temos viajado permanentemente. Já estou completando a décima viagem, depois que eu me elegi e assumi, à Brasília; e toda semana eu tiro um dia para ir em Recife para conseguir recursos para pagar dívidas históricas e sociais que a gente tem com o município. E uma delas é a autoestima da população.

A4 - É comum municípios com tribos indígenas terem problemas administrativos.
O senhor já teve problemas com a tribo Fulni-Ô?

GD - Sim, mas na questão legal, porque a cidade de Águas Belas fica dentro da Tribo Fulni-Ô. Nós temos apenas, de patrimônio, 6km quadrados. Somos impedidos de fazer, por exemplo, construções, porque não é permitido que se construa na área indígena. Com os índios mesmo, eu não tenho dificuldade. A gente tem conseguido avançar e trabalhar com eles tendo um entendimento muito bom.

A4 - No município como um todo, qual é o fator mais difícil de administrar?
GD - Temos enfrentado uma dificuldade muito grande porque as pessoas sempre viram a máquina administrativa como um órgão para atender uma minoria. E nós temos um sentimento que o poder tem que ser para todos. Nosso desafio é fazer a máquina rodar ao contrário, porque ela sempre rodou para beneficiar quem mais tinha, e vamos fazer com que ela rode para chegar àqueles que mais precisam.

A4 - Esse desentendimento da população já chegou a impedir projetos?
GD - Não chegou a impedir porque a gente tem uma determinação muito forte, mas chegou a dificultar, a atrasar um pouco. Temos conseguido vencer este desafio.
 
 
 
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